O papel é basicamente fabricado de fibras de celulose extraído de arvores com um alto teor de celulose. As árvores mais usadas no Brasil para a fabricação de papel são: Os pinheiros e eucaliptos. Através do processo mecânico, a madeira é triturada para a separação da hemicelulose. As fibras resultantes do processo de trituração são curtas e com isso, de baixa qualidade. O processo químico que mais se destaca é o chamado KRAFT, conseguindo um papel de qualidade superior.

Os impactos da produção do papel são maiores que os de sua disposição pós-consumo. Como o papel é biodegradável, a maior preocupação está na derrubada de árvores e plantio de “monoculturas” para sua produção e nos resíduos gerados durante seu processo de fabricação. A diminuição da biodiversidade é uma das causas de aumento da probabilidade de desequilíbrios ecossistêmicos. Desta forma, incentivos para a reciclagem abrangem não só aspectos econômicos como, também, de sustentabilidade.

Uma tonelada de aparas pode evitar o corte de 10 a 12 árvores provenientes de reflorestamentos e o uso de aparas para a reciclagem leva à economia de insumos, em especial da água utilizada nos processos de produção a partir da celulose.

O setor de papéis vem apresentando um aumento significativo no uso de reciclados; em 2000, o uso de recicláveis representou 48% da produção mundial de papel. No Brasil, apenas 39% do papel produzido vai para a reciclagem. De todo o papel reciclado, 70% é destinado à confecção de embalagens, 28% a papéis sanitários e apenas 2% à impressão.

Estima-se que na fabricação de aproximadamente 1 tonelada de papéis corrugados, são necessárias, aproximadamente, 2 toneladas de madeira (o equivalente a cerca de 15 árvores), 44 a 100 mil litros de água e de 5 a 7,6 mil KW de energia. A produção desta mesma quantidade de papel gera, ainda, 18 Kg de poluentes orgânicos descartados nos efluentes e 88 Kg de resíduos sólidos. Os poluentes são compostos por fibras, breu (material insolúvel) e celulose (de difícil degradação). Já no processo de reciclagem, o volume de água utilizado cai para 2 mil litros e o consumo de energia cai para 2,5 mil KW. Reciclar o papel, ao invés de fabricá-lo a partir da celulose, pode levar a uma redução de consumo de energia, emissão de poluentes e do uso da água, além de redução da percentagem de papel descartado como resíduo sólido.
O processo de reciclagem depende do tipo de apara/papel pós-consumo a ser processado e do tipo de papel a ser fabricado.

Para que o papel seja passível de reciclagem com qualidade, ele não pode estar “contaminado” com materiais tais como ceras, plásticos, manchas de óleo e tintura, terra, pedaços de madeira, barbantes, cordas, metais, vidros, e outras impurezas.

A reciclagem do papel, além dos fatores econômicos que propicia, contribui para a preservação dos recursos naturais (matéria-prima, energia e água), redução da poluição e dos resíduos sólidos urbanos gerados. Apesar de proporcionar todos estes benefícios, a indústria da reciclagem também consome energia e polui. Portanto, é fundamental o uso racional do papel e o consumo sustentável em paralelo, é imprescindível a estruturação da coleta seletiva e da logística reversa, e o desenvolvimento de novas tecnologias de reciclagem.

Ao reciclar papel, passamos a utilizar os recursos naturais de maneira mais responsável e não precisamos desmatar tanto. Um outro fator de muita importância para o meio ambiente é a economia no uso de água para a fabricação de papel. Para se fabricar uma tonelada de papel tradicional é necessário usar 100.000 l de água. A fabricação de papel através da reciclagem por outro lado, só precisa de 2.000 l por tonelada de papel fabricado. Com isso, também existe uma redução considerável no consumo de energia, algo em torno de 50 a 80% de economia de energia em relação ao processo tradicional.
Apesar do fato de a produção de papel a base de papel reciclado ser muito mais barata que o método tradicional, o preço final do papel reciclado era muito caro. A falta de uma logística eficiente e uma coleta seletiva capaz de levar para as fabricas os papeis velhos assim como a falta de estímulo a um consumo consciente por parte das empresas e população, não contribuíam para a popularização deste processo e o preço do papel reciclado muitas vezes chegava ao dobro do papel de fabricação tradicional.

A partir de 2010, quando a Lei 12.305, a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS foi sancionada, ouve um crescimento acentuado na coleta seletiva deste material e alto estímulo ao consumo de papel reciclado. A PNRS obriga todos os órgãos públicos a consumirem preferencialmente material reciclado e com o aumento da demanda, o preço do papel reciclado tende a cair bastante e finalmente a reciclagem de papel se tornar um dos melhores investimentos do setor no Brasil.

É A LEI DE POLITICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Nº 12.305/10, clique aqui e conheça.

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